quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Leões, rinocerontes e muito mais






                                                                     KARIEGA












“E, de súbito, ela ali está: a leoa! Contempla-me sem medo nem alvoroço. Como se há muito me esperasse, ergue a cabeça e crava-me fundo o seu inquisitivo olhar. Não há tensão no seu porte. Dir-se-ia que me reconhece. Mais do que isso: a leoa saúda-me, com respeito de uma irmã. Demoramo-nos nessa mútua contemplação e, aos poucos, um religioso sentimento de harmonia se instala em mim.

A leoa espreguiça-se como se quisesse que um outro corpo lhe saísse do corpo. Depois, vai-se retirando lentamente, a cauda balançando como um pêndulo felpudo, cada passo uma carícia sobre a superfície da terra.” (Mia Couto)

















Finalmente eles veem! É sempre de tirar o fôlego, o primeiro encontro! Nos lugares que fui anteriormente nessa viagem sabia que eles estavam lá. Mas eles não vieram.
Eu sempre anseio pelo primeiro encontro com esses majestosos seres. Para mim, as viagens à África só estão completas quando passo um bom tempo na companhia de leões e não há nada mais magico, espiritual e atávico do que ouvir seus rugidos na noite africana.






O primeiro a vir é um macho jovem, lambuzado de sangue. Estava se alimentando e ficou para trás. O seguimos porque sabemos que vai a procura do resto do bando.

















Eis quem surge na grama alta: sua majestade! Meu coração quase para. Olha que juba! Sempre tive vontade de passar meus dedos nessa juba! Mas isso, só posso imaginar.
















Dizem que quem leva a olhada de um leão está com a alma para sempre vinculada a África.

Eu concordo. Aconteceu comigo há 14 anos atrás, e nunca mais fui a mesma.







São definitivamente donos do meu coração, os leões













A reserva privada de Kariega fica na costa leste da Africa do Sul. São 10.000 hectares de terra e é um típico destino de safari Sul Africano.  Não se pode esperar espaços abertos e selvagens como os do Quênia e Tanzania. Há cercas elétricas em torno de toda a propriedade que é administrada pela família proprietária. Dentro há lodges de luxo e uma diversa vida selvagem.











Minha Suite Elefante,






tem uma ante-sala muito maneira









Para chegar lá, uso um carrinho elétrico









e vou pela estrada afora










Divido o quarto com uma sul africana de Durban, a Fay. Um amor de pessoa e apaixonada por pássaros









 As pias pintadas de novo!!!!!!!!!!!!













Um luxo só, mas pergunta se deu tempo de tomar banho de banheira...










Espaçoso quarto













Um banquinho para meditar












E a vista da janela é:  Uma nyala fêmea!










Nyalas são antílopes nativos da Africa do Sul. Os machos tem os chifres em espiral.













Os machos jovens, como sempre, medindo forças....















Outro antilope nativo da Africa do Sul que também nunca tinha visto ao vivo é o Blesbock












Quem me indicou Kariega foi o agente de viagens da Africa Geographic Travel, Christian Boix. Espanhol, se mudou para a África, aonde se formou em botânica e zoologia com pós em ornitologia pela universidade da Cidade do Cabo. As viagens que fiz com ele foram sempre impecavelmente perfeitas. Nunca tive problema referente a voo, atraso, booking, nada. É só relaxar e curtir porque está tudo certo. Isso vale também para as sugestões que ele me dá sobre viagens, sempre acerta na mosca.
Christian me sugere fazer um safari fotográfico em Kariega com o super fotógrafo Brendan Jennings. Ele, mesmo sabendo que estou acostumada com as vastas savanas africanas do Quenia e Tanzania aonde os animais andam livres e vivem como sempre viveram, insiste. “ Os animais de Kariega são super tranquilos com a presença humana e por isso as oportunidades fotográficas são bárbaras,” diz.
Não me arrependo de ter batido o martelo. Realmente aprendo muito com a experiência. 

E o fotógrafo Brendon Jennings é uma simpatia, engraçadérrimo, e faz cada safari ser uma festa de tão divertido! 


Angulo e background, é esse o lema de Brendan. Seguindo a sugestão do mestre, começo a clicar















E click, click, click!









Familia que come junta...












A proximidade permite pegar texturas








 presenciar cenas fortes,







e fôfas!






Mamãe tô com fome!








Glup, glup, glup

















Saímos sempre muito cedo para pegar uma boa luz. 


Eis que surge de novo a fotógrafa ninja!









Um frio de lascar! Olha a foto que tirei no avião indo para a Africa do Sul. Neve!!!!!!!!!!!!!!





















Dentro de Kariega há rinocerontes.Para protege-los, foi criada uma fundação fiduciária, a Save the Rhino. 80% da população de rinocerontes estão na Africa do Sul, enquanto que na Asia e no resto da África eles foram dizimados. Desde 2006, dois mil rinocerontes foram mortos pela caça ilegal na Africa do Sul. Só em 2014, um devastador numero de 769 rinocerontes foram mortos por causa de seus chifres.

Infelizmente Kariega não escapou ilesa dessa matança. Em março de 2012 uma fêmea e dois machos foram caçados. O macho foi fatalmente ferido e morreu durante a noite, enquanto as fêmeas, apesar de seriamente feridas, mostraram uma enorme vontade de viver. Durante 24 dias o veterinário e funcionários de Kariega se dedicaram incansavelmente a salva-las. Elas foram tão corajosas que lhes deram os nomes de Thandiswa e Themba, que na lingua local Xhosa significa Coragem e Esperança, respectivamente. Esperança não suportou os ferimentos e veio a falecer. Thandi continua a inspirar e admirar o staff por sua luta e recuperação milagrosa.
Os outros rinocerontes de Kariega tiveram seus chifres propositadamente serrados para evitar mais mortes. O chifre é feito de queratina e cresce de volta que nem unha.
Mas os caçadores, ao retirar o chifre de Thandi, serraram muito profundamente( lembrando que ela estava viva enquanto arrancavam tudo!)
 Por causa disso seu chifre não cresçe mais e volta e meia o local sangra e infecciona.


                                                                  





                                                                   Thandi










Chifres serrados para evitar a matança









A pousada fica na beira do rio, então o passeio de barco está incluído! O rio desagua numa linda praia no oceano Índico.





No volante, Brendon Jennings. Lado direito, Fay. O casal sul africano Shirley e Dirk, divertidíssimos. Na frente, Sam e Coralise. Sam, que é cientista de foguetes,  nasceu no Marrocos e por ser filho de embaixador, morou pelo mundo afora.  Coralise é violinista e também fotógrafa. Todos muito interessantes e divertidos. Mais uma vez dou sorte com os companheiros de viagem.








E aí vemos pássaros incríveis!



                                                            Water Thick-Nee












                                                                Jackal Buzzard











                                                                 Three Banded Plover









                                                                   Crowned Hornbill









                                                                African Spoonbill
                                                                 







                                                                Cape Glossy Starling








                                                                  Long Crested Eagle








                                                             Black Headed Oriole






White-browed Coucal








E o cormorant levanta voo que nem num filme de Walt Disney










                                                                   Goliath Heron









                                                                Speckled Mousebird











E o ser humano...... Detalhe para a camisa. Madiba!





E a tarde JV nos leva para mais um safari










Vemos leões devorando um gnu










Fazendo cabo de guerra









e elefantes se divertindo na lama!


















Êita felicidade!











Muita felicidade! Impalas voadoras!

















Um gole d'agua para saciar a sede














E mais um dia na África se vai



































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